Atrás do terceiro título consecutivo, o Corinthians vê a hegemonia realmente ameaçada na atual edição do Brasileiro feminino. Comandado pelo técnico Arthur Elias, o atual campeão paulista, nacional e da Libertadores não vem sobrando em 2022. Na primeira fase da competição, terminou apenas na quarta posição, atrás de Palmeiras, São Paulo e Internacional, mas já deixou bem encaminhada a vaga às semifinais. No domingo, a equipe faz o segundo jogo contra o Real Brasília, em casa, às 11h, com a vantagem de 2 a 0 da partida de ida.
Parte do time avassalador dos últimos anos, a meio-campo Adriana recusa o termo “hegemonia” para falar do Corinthians. Desde 2018 no clube, ela ressalta que é uma das edições mais equilibradas e de alto nível do Brasileiro.
— A cada ano, os times vão evoluindo, e, a cada ano, vai ser mais difícil. Os títulos nos deixa mais fortes, mas há sempre uma outra equipe do outro lado que trabalha e temos respeito. Essa edição é uma das mais fortes que já participei no Brasileiro, e ainda vai ter Paulista e Libertadores. Não tem nada de hegemonia, não levamos isso para o dia. Trabalhamos para ser um dos melhores e vamos trabalhar para manter isso — diz a jogadora.
Nem mesmo a vantagem diante do Real Brasília — o empate e a derrota por um gol de diferença são suficientes — muda o discurso de Adriana. A jogadora até apela ao clichê de que em jogo de mata mata não há favoritismo, apesar de o Corinthians ser o favorito:
—Não há nada garantido, temos que merecer para jogar a semifinal.
Adriana tem larga experiência em não comemorar nada antes do tempo. A jogadora de 25 anos viu a vaga na Copa do Mundo de 2019 e os Jogos Olímpicos de Tóquio escorrer pelas mãos por causa de lesões às vésperas das competições.
A rede de apoio foi fundamental para a atleta não desistir de uma vez da seleção brasileira. Esse ano foi recompensada com o título da Copa América, sendo um dos destaques da equipe de Pia Sundhage.
— Lesão é um momento muito complicado para um atleta, ainda mais prestes a uma convocação, a uma competição como Mundial e Olimpíadas. Precisa ter uma cabeça muito forte, um acompanhamento, uma pessoa que te ajude em relação a isso. Nada mais importante do que ter a família perto, o apoio deles, da minha esposa, dos meus amigos. Sempre tive uma pessoa que me acompanha na carreira, meu coach, o Ronan. E tive ajuda da Diara, psicóloga do Corinthians, que foi fundamental na minha recuperação e para voltar a atuar no mais alto nível possível. Isso é essencial para qualquer atleta quando passa por esse tipo de situação — declara.
Nos outros três confrontos das quartas de final, pelo menos dois times já estão muito próximos das semifinais. O Palmeiras enfrenta o Grêmio neste sábado, em casa, às 21h30, com a vantagem da goleada por 5 a 0 na partida de ida. Na segunda-feira, o Internacional recebe o Flamengo, no Sul, às 15h, após ter vencido por 3 a 1, no Rio.
O jogo mais equilibrado da fase será no domingo entre São Paulo e Ferroviária, às 20h. Na partida de ida, os times não saíram do 0 a 0.
Fonte: O GLOBO