Delegada disse que casal brigou na noite anterior ao crime e Sueli Alves simulou uma cena de suicídio. Policiais encontraram ‘chumbinho’ em um copo e na caixa de gordura da casa, em Bela Vista de Goiás.
A pastora Sueli Alves dos Santos Oliveira, de 42 anos, que foi presa suspeita de matar envenenado o marido, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva no último sábado (24). A partir do que foi apurado pela Polícia Civil, a juíza Vaneska da Silva Baruki concluiu que a mulher matou o motorista José Maria Vieira de Oliveira, de 49 anos, de forma covarde, por questões patrimoniais, em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.
“[Sueli] permaneceu com o corpo da vítima na mesma residência na qual o casal morava sem nenhum pudor, como se nada tivesse ocorrido, uma conduta altamente fria e indiferente”, descreveu a juíza no documento.
A polícia informou que Sueli negou o crime e alegou que o marido tirou a própria vida para colocar a culpa nela. O g1 não conseguiu contato com a defesa da suspeita até a última atualização dessa reportagem.
Durante a audiência, a defesa de Sueli pediu a liberdade provisória dela, alegando que é ré primária, tem predicados pessoais favoráveis e alegou inexistência de provas seguras. No entanto, a juíza decidiu pela conversão da prisão e indicou, com base na apuração policial, que a suspeita oferece perigo se estiver em liberdade.
O corpo de José foi encontrado e Sueli presa em flagrante na última sexta-feira (23) e, de acordo com a delegada Mágda D’Ávila, o casal teve uma briga na noite anterior da morte e a mulher simulou uma cena de suicídio.
“Os policiais encontraram um vidro de ‘chumbinho’ e a gente percebeu que ela estava de olho no vidro enquanto os agentes estavam na casa. A perícia detectou o veneno em um copo, na pia da cozinha e até na caixa de gordura”, descreveu a delegada.
De acordo com a delegada, Sueli está presa na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia.
Entenda o crime
A família informou à polícia que a suspeita fez um plano funerário para o marido em abril deste ano e se colocou como beneficiária, o que pode indicar que ela premeditava o crime.
Em uma análise preliminar, a perícia concluiu que a causa da morte seria mesmo envenenamento, por conta do estado do corpo e do local, que demonstrava que José tinha agonizado antes de morrer.
Vizinhos contaram à polícia que o casal estaria em processo de separação e ela tinha dado uma série de murros no rosto dele na noite da briga.
A polícia informou que José tirou fotos do seu rosto machucado, mas Sueli teria resetado o celular dele para apagar todos os vestígios. No celular da mulher, a polícia disse que encontrou mensagens dela com José. No texto, a mulher falava que se ele morresse ficaria com todos seus bens e uma pensão.
“[O homem] foi até a casa de um casal de vizinhos e narrou que estava com medo de ser morto por sua esposa, mostrando uma lesão na cabeça provocada por ela. Ele relatou que ela queria que ele lhe desse o valor de metade da residência e da motocicleta do casal. Os vizinhos também relataram que a vítima os advertiu que se algo acontecesse com ele, que soubessem que teria sido sua esposa”, descreveu a ocorrência.
À polícia, Sueli disse que saiu de casa às 18h e só retornou por volta de 7h30, quando encontrou o marido morto. No entanto, vizinhos relataram o contrário. Veja abaixo a linha do tempo do crime, segundo os vizinhos:
- Sueli teria saído de casa 19h
- José foi até a casa dos vizinhos contar da briga, estava com um machucado na cabeça e voltou para sua residência
- Por volta de 21h, Sueli teria retornado à casa e vizinhos não viram mais movimentação
- Sueli teria apagado a luz de fora da casa, o que estranhou os vizinhos, porque José sempre deixava acesa, por conta de segurança
- Por volta de 7h30 Sueli teria chamado os vizinhos afirmando que tinha acabado de chegar e encontrado o marido morto
Os filhos do homem falaram também para a delegada que Sueli teria tentado matar o ex marido, de Brasília, no Distrito Federal. Por causa disso, ela seria proibida de manter contato com os filhos que ela têm em comum com o homem.
A delegada explicou que a suspeita apresentou duas identidades com sobrenomes diferentes por causa de casamentos anteriores. Por isso, a foto dela foi divulgada para identificação de outras possíveis vítimas, seguindo os ditames da Lei 13.869/2019 e Portaria 02/2020-PCGO.
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