O pedreiro Deonir Teixeira Paixão, de 46 anos, está consciente e se recupera bem do acidente de trânsito que causou a amputação das duas pernas. Segundo a família, ele soube que perdeu os membros e deve receber alta na próxima semana.
O caso do pedreiro foi registrado no dia 9 de outubro e virou polêmica depois que o Hospital Regional de Paraíso do Tocantins, na região central do estado, entregou os membros à família em uma caixa de papelão. O pacote estava identificado com um bilhete descrevendo o que tinha sido amputado e que estava faltando um dos pés.
Funcionários do hospital ainda sugeriram à família que o enterro fosse feito no quintal de casa, em uma cova que não precisa ser muito funda. Os membros acabaram sendo sepultados em uma chácara de um dos parentes.
Nesta quarta-feira (19), dez dias após o acidente, uma sobrinha do pedreiro contou ao g1 que ele está se recuperando bem.
“Ele ainda está na UTI. Já está acordado e sabe que perdeu seus membros. Está irritado querendo ir embora, mas os médicos disseram que ele está reagindo muito bem em sua recuperação. Tem previsão de alta para o final da semana que vem se continuar tudo bem”, contou.
Deonir ainda está sob efeito de medicação e não sabe que as pernas foram entregues à família em uma caixa de papelão.
“Na realidade ele está lúcido, mas o efeito do remédio ainda não saiu totalmente. Então de vez em quando ele oscila muito a forma dele reagir. A questão do hospital aqui de Paraíso, ele não sabe nada ainda nada da entrega das pernas”, disse.
O caso
Deonir Teixeira sofreu um acidente de moto na noite de domingo, 9 de outubro. Ele perdeu uma das pernas no local e a outra foi amputada no hospital. A família foi chamada durante a noite e questionada se queria ficar com os membros ou se poderiam ser descartados como lixo hospitalar.
Sem saber o que fazer, os parentes decidiram receber os membros, que acabaram sendo entregues em uma caixa de papelão.
Por causa da gravidade no estado de saúde, o pedreiro foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral de Palmas (HGP) e depois para a UTI do Instituto Sinai, também em Palmas.
Na época a Secretaria de Estado da Saúde disse que toda a situação aconteceu por causa de uma falha na comunicação entre a equipe plantonista do hospital e os parentes do pedreiro.