Criminosos estão aplicando um novo golpe pelo WhatsApp no estado. Dessa vez eles estão se passando por advogados de pessoas que têm ações na Justiça. Os golpistas entram em contato dizendo que as vítimas venceram processo e para receber o que pediam é preciso fazer um depósito. Uma das vítimas perdeu quase R$ 30 mil.

Em nota, o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) informou que o Eproc é um sistema público e que permite consulta pública acerca dos processos que tramitam no Judiciário, com exceção daqueles que correm em segredo de justiça.

A dona Eliezita Castro, de 75 anos, foi um dos alvos dos criminosos. Na véspera de Natal ela recebeu uma mensagem dizendo que tinha ganhado a causa e que receberia um bom dinheiro. “Eu me senti vitoriosa. Disse, graças a Deus saiu esse dinheiro”, contou a pensionista.

A pessoa do outro lado das mensagens se passava pelo advogado dela. Dizia que para receber o dinheiro ela teria que fazer um depósito primeiro. Ela só se deu conta do golpe depois que tinha transferido R$ 1.500 para os golpistas.

“Eu percebi na hora que ele pediu mais dinheiro, falei isso não está certo. Foi a hora que liguei para o advogado e ele disse que foi um golpe”, contou.

O advogado dela conta que outros clientes também foram assediados pelos mesmos golpistas. “O pessoal usou de artifícios tão bem feitos, falsificaram documentos do Banco Central, do Tribunal de Justiça e quando ela mandou o dinheiro percebeu ter caído em um golpe”, contou José Américo Júnior.

Esse tipo de golpe tem se repetido com frequência no Tocantins desde o segundo semestre de 2022. Para essa fraude criminosos recorrem a informações sobre clientes e processos que podem ser acessadas pela internet.

“Entram no site do Tribunal de Justiça, coloca lá a OAB do advogado e ali sai uma relação de processos”, contou o advogado Raul Albuquerque, que atua na região de Colinas do Tocantins.

Três clientes dele também caíram na fraude. Uma das vítimas transferiu quase R$ 30 mil para os bandidos.

“Porque às vezes o advogado precisa de algum valor para fazer alguma diligência, alguma viagem em favor do cliente, isso é normal. O que precisa ficar claro é que a Justiça jamais vai pedir que você faça um depósito para poder liberar um dinheiro que já é seu”, explicou.