Seja na militância contra o racismo, desigualdade de gênero e defesa dos direitos, as mulheres do Tocantins estão presentes em diversos movimentos sociais, um ato contínuo para dizer que o 8 de março representa não apenas uma data de comemoração, mas é mais um dia de luta na defesa de seus direitos.
É o caso da integrante do Coletivo Feminista de Mulheres Negras (Ajunta Preta) Janaína Costa Rodrigues, para quem o coletivo luta contra a desigualdade de gênero e raça.
“O coletivo é composto integralmente por mulheres negras e a nossa luta é para que a sociedade passe por uma reforma para que todos possam compreender as opressões que atravessam o cotidiano da mulher negra”.
A ativista lembra da importância das mulheres estarem presentes nos movimentos sociais. “Os direitos das mulheres foram conquistados com luta e por mobilização de pessoas, por isso é importante a gente existir enquanto mulheres integrantes de movimentos e por isso é necessário nós estarmos organizadas em movimentos sociais para que as nossas pautas tomem força coletiva de reinvindicação”.
A dirigente do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), Judite da Rocha, luta por uma pauta diferente: a defesa dos direitos das famílias atingidas pelas barragens no estado do Tocantins.
“Trabalhamos na defesa do direito das famílias atingidas pelas barragens, que é pensar que a família tenha uma qualidade de vida digna, moradia, casa, comida. Então nós acompanhamos os atingidos da barragem em São Salvador, o reassentamento de Luzimangues, por exemplo, que foi onde iniciou o movimento”.
No estado, o movimento atua em municípios como Babaçulândia, Filadélfia, Araguaína, Barra do Ouro, Itaguatins, Palmeiras, Porto Nacional, entre outros.
Como mulher, a dirigente acredita na importância do papel dela e de outras ativistas que atuam nos movimentos sociais. “Eu sempre acreditei no protagonismo, na força da mulher, acredito que as mulheres tenham um papel essencial nessa forma organizativa dos movimentos, porque a gente olha no todo”.
Ela enfatiza que o conhecimento das mulheres pode fazer a diferença. “É desafiante ser mãe, ser mulher, ser militante e estudar. Mas eu acredito que a mulher que se empodera e que tem conhecimento, ela tem uma contribuição maior em mudar aspectos da sociedade”.
A advogada e associada da Casa 8 de Março, Emileny Lázaro, espera para o Dia das Mulheres mudanças, principalmente no Poder Judiciário. “Desejo que o Judiciário reveja sua forma de julgar causas de família, para as mães serem retiradas do lugar de alienadora, de vingativas e más”.
Ela lembra os avanços conquistados pelas mulheres nesta data comemorativa. “As mulheres sempre estiveram à frente de lutas importantes, como a luta pelos direitos das trabalhadoras domésticas e a luta pela Lei Maria da Penha. Graças a essas lutas, hoje temos muitos avanços em termos de igualdade formal de direitos”.
A integrante do Coletivo Somos, Thamires Lima ressalta que o coletivo se juntou a diversos movimentos sociais em Palmas para o fortalecimento de discussões sobre as políticas públicas voltadas para o público feminino e deseja melhorias para o dia 8 de março .
“Nós do coletivo, desejamos para o dia das mulheres o direito à dignidade para todas as mulheres, com soberania alimentar e contra todo tipo de violência e opressão”.
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