Uma arara-canindé foi encontrada morta nesta quinta-feira (27) em uma quadra do centro de Palmas. A ave, que é considerada símbolo natural do Tocantins, foi vista em uma calçada por um morador que passeava. Nas últimas semanas, uma arara conhecida por moradores na região do Jalapão foi morta a tiros e outra, que mantinha amizade com ciclistas de Palmas, desapareceu. (relembre abaixo)
Quem percebeu que o animal estava morto foi o servidor público federal Joel Ferreira Lopes, que mora na quadra 305 Sul.
“Todos os dias pela manhã um casal de araras vem para uma árvore. Elas posam cedo, por volta de 7h e ficam cantando. Ontem à noite fui passear com minha filha e encontrei essa morta. Hoje eu estava observando e tem só uma arara cantando aqui na árvore”, disse Joel.
O homem acredita que a ave possa ter se chocado em fios elétricos. “Acho que ela deve ter batido em um fio e caiu porque estava próxima ao poste, na calçada, debaixo dos fios de alta tensão. Talvez pegou um choque”, contou o servidor.
O morador entrou em contato com a Polícia Militar Ambiental, mas foi informado pelo órgão que a equipe não poderia fazer nada porque o animal já estava morto. O g1 entrou em contato com o Insituto de Natureza do Tocantins (Naturatins) para saber se o órgão acompanhou o caso e o que um morador deve fazer nessa situação.
Joel Lopes disse que na manhã desta sexta (28) esteve no local e a arara já tinha sido recolhida.
A beleza e o canto das araras chamam a atenção no Tocantins. Em diferentes pontos de Palmas é possível observar araras em espaços urbanos. Os moradores já estão acostumados com a presença das aves, que complementam as paisagens naturais e, muitas vezes, convivem e interagem com humanos.
No fim do mês de setembro moradores da zona rural de Palmas afirmaram que a arara Lara, que costumava pegar ‘carona’ com cilcistas, havia sumido. A ave convivia com os moradores da região há pelo menos dois anos e a relação do animal com a galera do pedal já era famosa. No ano passado, a TV Anhanguera mostrou o carinho entre eles. A arara voava ao lado dos ciclistas e chegava a pousar sobre eles.
Dias antes a arara-canindé Nina, que vivia na comunidade quilombola do Carrapato, no Jalapão, há quatro anos, foi encontrada morta, com uma marca de tiro. O caso revoltou a comunidade local. Nina, era uma ave dócil e conhecida por quem frequenta as estradas, restaurantes e pontos turísticos da região.
O que diz a lei
Segundo o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais, matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente pode ser penalizado com prisão de seis meses a um ano, além de pagamento de multa.
A pena pode ficar maior ainda se o crime ocorrer, entre outros pontos, durante a noite e com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.
Veja outras notícias no tocantinsurgente.com