Família relata que procurou atendimento na UPA Sul, mas que não foram feitos exames que comprovassem a doença. Um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil.
Um bebê de um ano e oito meses morreu, no último sábado (24), após ter os rins, pulmões e a garganta afetados por uma bactéria. Benjamin das Chagas Silva ficou por quatro dias com inchaço no rosto e pescoço, além de febre. A família conta que ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA Sul), mas uma médica disse que se tratava de caxumba.
Após a morte, os pais procuraram uma delegacia de Polícia Civil para denunciar o caso. Também pretendem ingressar com uma ação judicial por danos morais alegando negligência.
A produção da TV Anhanguera e o g1 Tocantins procuraram a Prefeitura de Palmas para se manifestar sobre o caso, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Benjamin completaria dois anos em dezembro. Ele era gêmeo do Enzo. Na última quarta-feira (21), o menino começou a ter febre. A família também notou um caroço no pescoço do bebê. Preocupada, a mãe levou o filho para a UPA Sul.
“A gente chegou lá, ela perguntou o que era. Pegou, bateu um raio-x, eu voltei com ele [no consultório] e ela falou que era caxumba. Ela disse: ‘Eu vou passar uma dipirona no bumbum dele e você pode ir para casa”, relatou a mãe Francileide das Chagas Silva.
No dia seguinte, a criança amanheceu com o rosto inchado e com febre ainda mais severa. Benjamin também estava se alimentando com dificuldades.
“Eu fui até a casa da minha irmã e vi que não era normal. Como ele estava com caxumba se ele é vacinado? Nós levamos ele para a Unidade de Saúde da Família da 1.304 Sul. O médico não quis nem pegar na criança porque caxumba é transmissível. Ele nem examinou, disse que era para voltar para casa e continuar com a medicação receitada pela médica”, afirmou a tia do menino, Francimara das Chagas.
A tia disse que questionou o médico. Também sugeriu que o menino fosse encaminhado para o Hospital Infantil, porque ele não conseguia se alimentar direito.
“O médico ligou para uma servidora do hospital e ela disse que lá não tinha sala de isolamento e que a criança deveria ser encaminhada para uma UPA”.
No último sábado (24), os sintomas no menino se agravaram. Os pais o levaram para a UPA Sul novamente. Um médico disse que o estado de saúde do paciente era preocupante e que tentaria salvar a vida dele, relatou a tia. O bebê foi encaminhado para a sala de emergência.
“O médico questionou porque não havíamos levado a criança antes porque a doença havia se agravado. Falou que iria tentar salvar a vida dele, porque ele corria risco de morte”.
Cerca de 40 minutos depois, a família recebeu a notícia da morte do menino. Segundo a tia, um exame feito no Instituto Médico Legal apontou que Benjamin teve uma bactéria que se espalhou pelo sangue e paralisou os pulmões e rins.
“Faltou, não só o exame, mas a boa vontade e o respeito. A gente quer justiça pela morte dele”, finalizou a tia.
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