O Brasil continua sendo o país com um dos juros reais mais altos do mundo. O país é o líder no ranking feito pela gestora Infinity Asset Management, que acompanha um grupo das 40 principais economias globais (veja a lista completa abaixo).
Os juros reais são a taxa de juros corrente descontada a inflação. Em fevereiro, eles ficaram em 7,4% em fevereiro no Brasil, depois que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 13,75%, o maior nível desde 2016.
Na metodologia usada pela Infinity, são usadas tanto as taxas de juros futuros para 12 meses à frente (DI com vencimento em janeiro/24) quanto a projeção de mercado para a inflação, também para daqui a 12 meses. Pelo Boletim Focus, relatório semanal de projeções econômicas do BC, a inflação esperada para o período era de 5,75%.
A lista dos maiores juros reais é liderada por outros países latinos que vêm logo na sequência do Brasil: no México, a taxa descontada da inflação está em 5,5%, no Chile é 4,7% e, na Colômbia, 3%.
Já é o quarto levantamento em que o Brasil se mantem na dianteira dos juros reais globais, de acordo com a Infinity, que renova o ranking a cada reunião do Copom. Os encontros são realizados a cada 45 dias com o presidente e os diretores do BC para definir a taxa Selic.
“O movimento global de políticas de aperto monetário continuou a ganhar força, com o aumento expressivo no número de BCs sinalizando preocupação com a inflação, mesmo com a queda do preço de commodities”, escreveu a Infinity em seu relatório.
“No cômputo geral, entre 156 países, 53,85% mantiveram os juros, 41,67% elevaram e 4,49% cortaram. No ranking, entre 40 países, 32,5% mantiveram, enquanto 67,5% elevaram as taxas.” Nenhuma das 40 economias selecionadas cortou juros no último mês.