Além de percorrer as zonas urbanas e rurais para traçar o perfil da população, os recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também vão até as aldeias indígenas do estado para o Censo 2022. Para esse trabalho, o questionário irá contar com perguntas específicas sobre os povos originários e como vivem. A pesquisa começou nesta quarta-feira (10).
O levantamento começou no Tocantins pela aldeia Xerente, em Tocantínia. Como algumas equipes possuem indígenas que entendem a língua nativa, as visitas e coleta de dados ficam mais fáceis.
“A gente tem como uma arma porque consegue falar a mesma língua. Isso porque muitas vezes algumas palavras do questionário não tem tradução para o indígena. Então a gente tenta da melhor forma uma tradução adequada para ter uma resposta adequada para o questionário”, explicou a agente censitária Larissa Xerente.
No último Censo, realizado em 2010, o Brasil tinha 896 mil indígenas, divididos em 305 etnias e falando 275 línguas diferentes. No Tocantins, eram pelo menos 14 mil indígenas em 210 aldeias no último censo.
Nesta nova coleta de dados, o IBGE ainda vai registrar como vivem os povos e em quais condições estão as moradias quanto ao saneamento básico, se tem água, qual a quantidade de cômodos e condições.
Apoio
Para as visitas às famílias, as equipes do IBGE contam com o apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Tocantins, que fizeram as testagens dos profissionais para evitar os riscos. “Estamos tendo cuidado com a pandemia, com a Covid-19. Então todos os recenseadores são testados, é verificada a situação vacinal para garantir que todos eles garantam segurança para a comunidade”, explicou o enfermeiro da Sesai Leideslan Dias.
Os trabalhos também ocorrem com a ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) e segundo o coordenador João Luiz Carneiro, as equipes ajudam na localização das aldeias.
Novidades
Para esta coleta de dados, estão sendo aplicados questionários diferenciados para os caciques que dá detalhes sobre a estrutura das aldeias. “É perguntado sobre a infraestrutura, qual o tipo de abastecimento de água, de energia. Se possui escola na aldeia, se possui professores, qual que é o material. Também é perguntado sobre os recursos naturais”, comentou a analista do IBGE Angélica Barros.
E a população indígena entende a importância da pesquisa, conforme explica Santino Xerente. “Para mim é muito importante. Cada vez mais a gente vê que a população está crescendo”, disse.
Para o superintendente do IBGE no Tocantins, os recenseadores têm treinamento e abordagens diferenciadas para atender a população do estado. “O Censo Indígena tem características especiais, levando em consideração a cultura e os aspectos que as próprias comunidades já detêm”, afirmou.
Fonte: G1 Tocantins