Cerca de 800 alunos estão sem aulas em Marianópolis, na região oeste do Tocantins. As escolas estão fechadas para evitar o trânsito de transporte escolar na zona rural da cidade, onde possivelmente um grupo de criminosos que atacou Confresa (MT) está escondido. Além das escolas, postos de saúde também foram afetados, com consultas e aplicações de vacinas adiadas.
Esta quarta-feira (19) completa 10 dias das buscas na região. Segundo as últimas informações, quatro suspeitos foram mortos após confrontos com policiais na noite anterior. A polícia também apreendeu quatro fuzis usados pelo grupo. Com essas mortes, a polícia contabiliza até agora seis mortos. Um dos suspeitos também foi preso na semana passada.
Entre os municípios de Pium e Marianópolis, só é possível transitar pelas fazendas com escolta policial. O transporte escolar não pode circular na zona rural.
“A paralisação foi uma forma de ajudar no trabalho das equipes para não ter o atraso, verificando ônibus escolar transitando, o que traria insegurança para os pais e para nós gestores”, comentou a secretária da administração de Marianópolis, Maria de Jesus.
Marianópolis é a cidade-base da Operação Canguçu, que busca pelo grupo criminoso. A força-tarefa no Tocantins conta com cerca de 350 policiais de cinco estados, aeronaves, embarcações, drones e cães farejadores.
Outra cidade afetada é Araguacema, onde a prefeitura também suspendeu as aulas. As atividades estão suspensas até que se estabeleça um ambiente seguro para alunos e profissionais da educação.
A Prefeitura de Pium afirma que está em situação de calamidade. “A pedido da própria polícia, estamos evitando a circulação da área, mas sempre em contato com o pessoal da região. No segundo momento, estamos tomando as providências de adquirir cestas básicas para fornecer para o pessoal da região do conflito. Vamos baixar um decreto de calamidade e buscar recursos para dar condição para o pessoal que está nessa região”, disse o secretário de administração de Pium, Paulo Sérgio Aires.
As barreiras policiais estão por toda a região do Vale do Araguaia. A fuga dos criminosos na região tirou a tranquilidade dos moradores. “Está todo mundo isolado aqui, ninguém sai para lugar nenhum”, disse a aposentada Júlia Barbosa Pinto.
Força-tarefa
A perseguição começou no domingo (9) quando criminosos atacaram a cidade de Confresa, no Mato Grosso. Segundo a polícia, o grupo faz parte de uma quadrilha do ‘novo cangaço’. Fortemente armados, eles atiraram contra a base da PM, incendiaram pneus e veículos e tentaram assaltar uma empresa de valores, a Brinks.
Em seguida, fugiram para o Tocantins. A suspeita é que eles tenham atravessado os rios Araguaia e Javaés, em embarcações, até chegarem à Ilha do Bananal, na segunda-feira (10). Depois, tentaram afundar os barcos para não deixar rastros.
Enquanto continuavam a fuga pelo município de Pium, se depararam com uma viatura da Patrulha Rural da PM, que fazia uma ronda rotineira. Militares e suspeitos entraram em confronto. Depois disso, eles se dividiram. Um dos grupos invadiu a fazenda Agrojan, fez uma família refém e roubou veículos.
Ainda na segunda, turistas estrangeiros e funcionários do Centro de Pesquisa Canguçu, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), tiveram que ser retirados às pressas da unidade por causa dos confrontos. Segundo informações obtidas pelo g1, os criminosos chegaram a entrar no centro de pesquisa e roubaram um barco, que foi encontrado posteriormente pela equipe policial.
Na primeira semana de operação, dois suspeitos foram mortos e um, preso, após confrontos. Policiais também apreenderam milhares de munições, armamento de grosso calibre, coletes à prova de bala, capacetes, coturnos e granadas.
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