Os resultados dos trabalhos do Comitê Estadual do Fogo, de 2022, iniciados no mês de março, foram divulgados na manhã desta quarta-feira, 23, durante apresentação do relatório final das atividades desenvolvidas. Foram propostas quatorze ações distribuídas em quatro fases distintas: Prevenção, Preparação, Mitigação e Resposta. Até o final da análise, dia 15 de outubro, o Tocantins ocupava a 5ª posição no ranking nacional dos estados brasileiros que mais queimam, mas atualmente sua posição caiu para a 6ª colocação.
O Estado contabilizou 11.143 focos de calor em 2022, contra 9.490 registrados ano passado (no mesmo período), representando um aumento de 23%. Outro dado, é que o aumento da área queimada concentra mais de 70% em imóveis rurais identificados e áreas rurais não identificadas, que serão notificadas pelos órgãos responsáveis. As cicatrizes de fogo nas unidades de conservação estaduais representam menos de 2% das áreas queimadas no Tocantins, já as unidades de preservação em áreas federais representam 8% do total, as terras indígenas 16%, sendo que as duas últimas apresentaram redução na área queimada em relação ao ano passado.
O coordenador-adjunto da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Erisvaldo Alves, avalia como positivo o resultado dos trabalhos em 2022. “Embora tenha havido um aumento da área queimada, em virtude especialmente do atraso do início das chuvas em quase um mês, vemos que teve resultado positivo todo o trabalho desenvolvido, especialmente, na fase de prevenção, onde, por meio do Projeto Foco no Fogo, idealizado e proposto pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), apoiado pelas instituições do Comitê, 04 mil propriedades foram visitadas e 12 mil pessoas orientadas, por exemplo”, enumerou.
O coordenador explica que o Tocantins conseguiu manter uma estabilidade no número de focos de calor, evitando o “efeito sanfona” das queimadas, comportamento que acontece quando há uma baixa no índice, e no ano seguinte uma subida abrupta. “O aumento da área queimada foi menor que a redução do ano anterior e, ocorreu principalmente em outubro, após o período mais crítico. Ou seja, no período crítico (agosto e setembro) o Tocantins mostrou equilíbrio, resultado do trabalho eficaz de prevenção e de mitigação; fase em que ocorre o Manejo Integrado do Fogo (MIF), as queimas prescritas, antes do período crítico, prática que reduz a extensão das áreas queimadas por incêndios criminosos no período crítico. No estado, essas ações mitigatórias são realizadas pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – PREVFOGO/Ibama.
Alves destacou também a formação dos brigadistas, na fase de Preparação. Ao todo, a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros Militar forneceram treinamento para mais de mil brigadistas em todo o estado, grupo que somados aos 80 brigadistas da parceria CBMTO/SEMARH, 53 do Naturatins e 214 do PREVFOGO/Ibama, otimizaram as ações de resposta.
Dentro da fase de “Resposta” entram as ações de caráter emergencial, executadas durante ou após a ocorrência do desastre. Somente o Corpo de Bombeiros Militar, realizou 1889 combates em todo o estado, somados a 305 combates realizados pelo PREVFOGO/IBAMA, 249 executados pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e 437 das brigadas municipais. O combate aéreo, feito pela aeronave do CIOPAER, somou 28 horas em apoio, sendo 25 delas destinadas ao combate a incêndios florestais. Nessa fase também são realizadas as fiscalizações, que somaram quase R$60 milhões em multas aplicadas.
O Comandante-geral do CBMTO, coronel Carlos Eduardo Farias, ressaltou o equilíbrio dos números no Estado e o trabalho em conjunto de todas as entidades envolvidas no processo. “Ao final, quando a gente faz a análise, vemos que tem redução, pode existir uma ondulação, mas no conceito geral temos evoluído muito. Onde não houve declínio, também não houve desequilíbrio. Isso demonstra que todas as instituições, dentro das suas ações, estão fazendo o seu papel”, destacou.
O comandante também chamou atenção para a identificação de onde houve mais queimadas, havendo um controle de onde o fogo está se concentrando, possibilitando que haja uma efetiva ação junto aos responsáveis pelas áreas queimadas.”Isso demonstra que estamos fechando o ciclo, fazendo as quatro etapas, e a cada ano conseguindo avançar ainda mais” finalizou.
Para a secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Miyuki Hyashida, o controle das queimadas nas áreas de preservação tem garantido ao Tocantins, visibilidade e respeito mundial. “Por conta dos trabalhos do Comitê do Fogo, o estado tem feito um grande trabalho. Isso garante uma grande quantidade de crédito de carbono, sendo grande parte dele investido nesses programas fortes, que conseguimos mostrar para o mundo que existe uma grande equipe fazendo esse trabalho grandioso e transparente aqui’, finalizou.
O relatório completo está disponível para acesso na página da Defesa Civil Estadual.
Veja outras notícias no tocantinsurgente.com