O Banco Inter enviou uma cartilha aos funcionários com uma série de comportamentos que, segundo a instituição, devem ser “evitados a todo custo”. Entre as 14 normas, constam proibições como “lingerie marcando ou aparecendo”, roupas com bolinhas, “barba mal feita e cabelo sem corte”, e material de trabalho bagunçado, por exemplo, usar “caneta com tampa mastigada”.
A lista de determinações foi enviada aos funcionários via e-mail nesta semana. Os profissionais da empresa também não podem ter unhas e sobrancelhas malcuidadas, maquiagem borrada ou excessiva, tampouco aparecerem para trabalhar com o cabelo sujo ou mal arrumado.
Há ainda proibições específicas sobre películas de celular quebradas, capinhas sujas ou acessórios e bolsas “velhas”.
Veja abaixo a lista:
De acordo com a advogada Nathália Ohofugi, esse tipo de exigência no ambiente de trabalho configura uma prática abusiva, e “reforça a ideia de um ambiente corporativista e machista, baseado em regras e concepções patriarcais”.
“É um abuso de poder diretivo do empregador decidir que o empregado observe determinados tipos de vestimenta, ou formas de se aparentar no trabalho. Existem limites do que é sensato cobrar ou não, e essas demandas extrapolam esse poder”, frisa a especialista.
“Se o empregador quer que seja estabelecido um padrão para todos os funcionários, como estar sempre com roupas novas, a empresa deve arcar com esses custos”, prossegue.
O Metrópoles entrou em contato com o Banco Inter, que não se pronunciou. Após a publicação da reportagem, a assessoria enviou o seguinte posicionamento: “O Inter reforça que respeita a individualidade de cada um de seus colaboradores. O material em questão foi revisado e passou por alterações”.
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