No Tocantins, segundo o deputado, não haverá grandes mudanças. O deputado acompanha com atenção os desdobramentos da fusão, já que é pretenso candidato a prefeito de Palmas e vai precisar de uma forte estrutura partidária para disputar as eleições. Júnior Geo avalia que o fusão ampliou a força do partido em nível regional, o que ajuda na sua pretensão de disputar as eleições da capital.
Júnior Geo informa ainda que, paralelamente a esse debate, também acontecem conversações com a cúpula do PSDB, que sinalizou o interesse em trabalhar uma fusão com o Podemos. O deputado pondera que essa negociação é mais complicada, em função do perfil diverso das duas legendas. Ele aponta que o debate não tem avançado porque o PSDB é um partido de velhos caciques e o Podemos é um partido de jovens lideranças que surgiram no embate das últimas eleições.
O Partido Republicano da Ordem Social (Pros) deve ser incorporado ao Solidariedade (SD). A fusão das duas legendas já foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com a decisão o Pros fica extinto e a nova legenda resultado da fusão fica com o nome de Solidariedade. No Tocantins, o partido deve continuar contando com apenas um deputado, Vilmar de Oliveira. O ex-senador Ataídes Oliveira, do Pros, passará a contar com uma legenda mais robusta para novos desafios eleitorais. Ataídes, que foi candidato ao Senado em 2022, enfrentou uma série de dificuldade, em função de indecisões do Pros, uma legenda pequena que em época de eleição que sofre o assédio dos grandes partidos.
O Progressistas (pP), dos deputados federais Vicentinho Júnior, Lázaro Botelho e da ex-senadora Kátia Abreu, e o União Brasil (UB), da senadora Professora Dorinha e do deputado federal Carlos Gaguim, estão perto de fechar acordo para formalização de uma federação partidária. Se confirmada, a federação pP-União Brasil pode se tornar a maior bancada da Câmara, com nada menos que 108 deputados. O número seria maior que os 99 que hoje estão no PL. Líderes das duas legendas trabalham na elaboração do estatuto que definirá as regras da federação.
A federação pP-UB pode fortalecer ainda mais a base do governo. Os dois partidos dão sustentação ao governo Wanderlei Barbosa (Republicanos). Os deputados do pP fizeram um convite ao prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues (SD). para se filiar ao partido. Como se sabe, o prefeito é ligado ao ex-prefeito Ronaldo Dimas (PL), portanto ligado ao segmento político de oposição ao Palácio Araguaia. A filiação ao pP permite ao prefeito sair dessa posição incômoda de ser tratado como oposição.
Na avaliação dos governistas, o segundo maior município do Estado não tem nada a ganhar com um prefeito contrário ao Palácio Araguaia. Wagner pode até não se afastar de Dimas, mas terá de fazer uma movimentação em direção ao Palácio Araguaia. A filiação ao pP pode atender a este propósito. O prefeito ainda não confirmou se aceitou ou não o convite. Certamente gostou de ser assediado por líderes governistas.
Corrida para o centro
Depois da avalanche de novos partidos à direita durante os últimos quatro anos, talvez influenciados pelas pregações conservadoras e pelo aumento do bilionário fundo partidário, o cenário partidário brasileiro passa por um processo de acomodação. Nem tanto à direita, nem tanto à esquerda. A movimentação dos partidos para fugir da degola da cláusula de barreira parece indicar uma corrida para o centro. É o que se pode concluir das fusões e federações que estão sendo formadas.
Pelo menos no momento não estão mais surgindo partidos de extrema direita nem de extrema esquerda, mas novos partidos e federações de centro, resultado da fusão de velhos partidos que aglutinam forças tanto da direita como da esquerda. Nada novo. A velha estratégia de sobrevivência dos partidos de aluguel que continuam sendo criados aos montes e depois das eleições são obrigados a se juntar a outras legendas para continuar tendo alguma influência nas decisões políticas.