
“Uma característica que é própria da mulher é a sensibilidade. Mulher é mais sensível que o homem. Mulher tem aquele sexto sentido. Vê as coisas longe”. A declaração é da presidente do TJTO, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, que está no comando do Judiciário tocantinense desde o dia 1º de fevereiro.
Para a magistrada, o lado mais humano da mulher contribui para a humanização da justiça. “Nós somos seres humanos, nós trabalhamos para pessoas humanas e nós temos que valorizar essa pessoa humana, esse cidadão que nos procura”, ressalta.
Ao falar sobre a participação feminina no Judiciário, como magistrada com mais de 30 anos na carreira, a presidente do TJTO revela que na vida profissional nunca sofreu nenhum tratamento diferenciado pelo fato de ser mulher. “Eu penso que nós, mulheres, principalmente do Poder Judiciário, nós sabemos nos colocar como mulheres, como desembargadoras, como mães, como esposas, algumas já são avós, como eu”, destaca, comentando sobre a jornada maior das mulheres em relação a dos homens.
Mas, segundo a presidente, não há privilégio ou restrição. “Nós somos uma corte. Nós somos unidos, nós somos membros do Poder Judiciário do Tocantins”, pontua.
História de amor
Apesar da difícil tarefa de conciliar maternidade e profissão, a desembargadora Etelvina define a magistratura como uma missão, uma vocação e uma história de amor. “Posso dizer que sou uma pessoa abençoada, porque tenho uma família que me apoia, sempre tive, e amo o que faço”, diz. “Minha vida sempre foi andando, viajando, dentro do carro. Às vezes levava um filho, mas foi a vida que escolhi pra mim. Sou feliz e tenho certeza que a minha família também.”
Para a desembargadora, a magistratura é uma inspiração para quem quer crescer, mas chama a atenção: “nada vem de graça na vida, a gente precisa se esforçar muito. Esforçando, vamos alcançar o lugar que nós quisermos, qualquer mulher, basta sonhar e correr atrás”.

Realização profissional
A corregedora-geral da Justiça, desembargadora Maysa Vendamini Rosal, destaca que a magistratura é uma carreira muito bonita, mas que requer dedicação. “Eu me sinto realizada como juíza, realizada profissionalmente, e não tenho nenhum arrependimento”, diz. “O conhecimento é a melhor forma de você buscar espaço no mercado de trabalho”, ressalta.
Sobre a jornada feminina, a corregedora-geral cita: “As mulheres sempre têm mais compromissos, porque elas têm a casa, o esposo, têm filhos, mas também têm o trabalho. E o trabalho é prioridade”.
Assim, segundo a magistrada, o maior desafio é quando se tem filhos pequenos. “Às vezes você não consegue profissional, pessoas para estarem te apoiando, mas o maior desafio é quando você tem que ficar muito tempo fora de casa”, ressaltando que, nesse caso, a compreensão do esposo de saber que essa ausência é momentânea é necessária.
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