Dois projéteis caíram nesta terça-feira (15) numa área rural da Polônia e mataram ao menos duas pessoas, segundo informação não oficial. A área fica a cerca de 5 km de distância da fronteira com a Ucrânia.
O primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, convocou reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional. Um porta-voz do Pentágono reafirmou o compromisso de “defender cada polegada de território da Otan”, da qual a Polônia é integrante.
É a primeira vez em quase nove meses de guerra que um país da Otan é atingido.
Não está claro ainda se foram mísseis russos que caíram sobre a área, ou se foram fragmentos. A região fica próxima de Lviv, a principal cidade do oeste da Ucrânia, que foi alvo de mísseis russos nesta terça-feira.
Especialistas em temas militares poloneses duvidam que tenha sido um ataque intencional, disse à CNN o pesquisador Bartłomiej Znojek, do Instituto Polonês de Assuntos Internacionais, de Varsóvia.
A questão da intencionalidade é determinante para a resposta da Otan. Um eventual ataque a um país membro poderia levá-lo a invocar o Artigo 5º da Carta da aliança, que prevê a defesa dos seus 30 membros. Para evitar essa reação, caberia à Rússia comunicar à Polônia que se tratou de um acidente.
Cidades em toda a Ucrânia foram atingidas por dezenas de mísseis russos, no que o governo ucraniano classificou como o maior bombardeio desde a invasão de 24 de fevereiro.
O principal alvo foi a infraestrutura de eletricidade. Os ataques desta terça-feira deixaram ao menos 7 milhões de ucranianos sem eletricidade, quando a temperatura se aproxima de zero grau.
O ataque se segue à retirada de Kherson na semana passada, a principal cidade ocupada pelos russos. Essa retirada desencadeou severas críticas de ultra-nacionalistas russos ao presidente Vladimir Putin.
O bombardeio coincide, também, com a reunião de cúpula do G20 em Bali, Indonésia. Putin não participa, aparentemente para não ser publicamente isolado por outros governantes do grupo. Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enviou um vídeo à cúpula, no qual apresentou um plano de paz de 10 pontos, que inclui a retirada russa de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, ocupada em 2014.
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