O empresário colombiano que tem cidadania brasileira e negócios no Tocantins surpreendeu o meio político local ao decidir ser candidato a prefeito de Palmas sem nem mesmo pertencer a algum partido político. Cometeu o disparate de anunciar que concorreria pelo partido que o convidasse, sem se preocupar com a construção de uma estrutura partidária para apoio a sua pretensão eleitoral. O Progressistas do então deputado federal Lázaro Botelho foi o único a se oferecer.
Amastha se filiou ao pP e colocou o nome nas ruas. A aceitação foi instantânea que causou uma crise nas outras candidaturas. Luana Ribeiro, que liderava a corrida, passou para o 3º lugar e terminou deixando de fazer campanha, numa negociação pouco republicana para tentar ajudar a candidatura governista de Marcelo Lelis. Amastha seguiu em frente sem se importar com “jogadas” eleitoreiras dos adversários. Saiu de 2% de intenção de voto para vencer as eleições e conquistar a marca de fenômeno eleitoral.
Depois Amastha iria surpreender novamente, mas como gestor. Fez um governo ágil, participativo, sensível às demandas dos moradores e mostrou zelo e competência no trato com a coisa pública. Pleiteou a reeleição em 2016, vencendo com facilidade, já não tendo mais adversário tão competitivos como em 2012.
Em 2018, com a cassação do mandato do então governador Marcelo Miranda (MDB), foi tentado a disputar as eleições ao governo do Estado e renunciou ao cargo, deixando a vice-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) em seu lugar. Em 2020, ela se reelegeu. Na disputa pelo Palácio Araguaia, Amastha novamente mostrou força, levou a disputa para o segundo turno, mas perdeu para Mauro Carlesse. Ficou a informação de que a boa imagem de Palmas havia se espalhado para o Estado.
O ex-prefeito é o primeiro de uma longa lista que inclui jovens líderes em início de carreira e veteranos já quase se aposentando, ou perto disso. O deputado em segundo mandato Professor Júnior Geo (PSC) tem tudo para ser o principal – ou um dos principais – adversários do ex-prefeito na corrida pelo Paço Municipal. Geo disputou as eleições de 2020 e polarizou com a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), tendo terminado em 2º lugar.
Além da boa aceitação junto aos formadores de opinião, Júnior Geo tem dois aspectos que o fazem ser competitivo: a possibilidade de ser o candidato do Palácio Araguaia, principalmente se o nome de preferência do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) não decolar e a eleição em dois turnos, que começa em Palmas a partir de 2024 e favorece candidatos propositivos. Nesse caso, passa a ser um adversário de peso do ex-prefeito, com condições de assumir a liderança da disputa.
A deputada de primeiro mandato Janad Valcari (PL) fez de tudo para polarizar com a prefeita Cinthia Ribeiro enquanto esteve na presidência da Câmara de Palmas. Fez muito barulho, mas também muita baixaria. Chegou a protagonizar algumas cenas de grosseria ao tentar politizar tudo. A vereadora buscava visibilidade como oposição à prefeita. Agora que conseguiu cadeira na Assembleia Legislativa, o que representa uma ascensão política, seguramente será candidata a prefeita. Valcari deve reunir em torno do seu nome as forças identificadas com o bolsonarismo. Será uma candidatura competitiva, ainda que não consiga ser o nome de consenso da direita mais conservadora e radical de Palmas que demonstrou nas eleições ser maior do que se imaginava.
O deputado Vicentinho Alves (pP) trabalha muito para ser o herdeiro político das forças bolsonaristas no Estado. Ele chegou a aventar a possibilidade de disputar a prefeitura de Palmas na eleição passada. Para 2024, tem mais motivos ainda para disputar as eleições. Conseguiu boa votação para deputado federal, sendo o segundo mais votado, e com números expressivos na capital. Lembrando que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu em Palmas – ou seja, Vicentinho tem condições de emplacar candidatura competitiva apenas com base em liderar o eleitorado conservador da capital. Mas terá de disputar espaço com a deputada Vanad Valcari.
O ex-deputado e ex-candidato a governador Paulo Mourão (PT) é outro nome que tem obrigação de disputar a eleição, por questões ideológicas e para fortalecer o partido. O dirigente petista Donizeti Nogueira pensa que o PT precisa eleger pelo menos dois vereadores em Palmas e, para tanto, precisa ter candidato a prefeito. Donizeti avalia que o nome de Mourão é o mais indicado, pela respeitabilidade, bom trânsito com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por ser um nome conhecido e que sempre foi bem votado em Palmas.
A ex-deputada federal Dulce Miranda (MDB), o ex-deputado Marcelo Lelis (PV) e a ex-senadora Kátia Abreu (pP) são nomes bastante conhecidos do eleitor palmense e que têm em comum o fato de estarem sem mandato e precisando manter o nome em evidência. Lelis já disputou quatro eleições para prefeito de Palmas e pode querer disputar mais uma. Kátia Abreu e Dulce Miranda tem prestígio e trabalho prestado, para disputar qualquer eleição no Estado.
Esses são alguns dos nomes prováveis na disputa pela Prefeitura da capital, muitos outros devem surgir com o desenrolar do processo. É bem provável que a esquerda liderada pelo PT venha a ter um candidato competitivo. O nome da professora Germana Pires também deve ser incluindo na lista dos prováveis. O que se pode prevê é que novamente será uma eleição disputada, na última contou com número recorde de candidatos, 12 nomes foram às urnas. Agora, com a novidade bem interessante da possibilidade de segundo turno, o que indica que todos os que participam da disputa terão valor na composição para o duelo final. É esperar para ver como vai ser.