Técnicos do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) apresentaram, à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), nessa quarta-feira, 15, a plataforma do Ministério da Defesa que atua no monitoramento de eventos extremos e ilícitos na Amazônia Azul, como o desmatamento e queimadas ilegais, com o uso de infraestrutura tecnológica, integração de dados e comunicação por satélite. A Semarh pretende integrar dados da plataforma no combate aos crimes ambientais no Estado.
Foram demonstrados os recursos do Sipam Hidro, um sistema de integração de dados, monitoramento e alerta de inundações e alagamentos; o Painel do Fogo para monitoramento de eventos de queimadas e focos de incêndio ilegais; e o Sipam Sar que está sendo desenvolvido, com uso de imagens de radar, para automatização de alertas de desmatamento para driblar as limitações de visualização por satélite.
O gerente Regional do Censipam no Pará, Amapá, Maranhão e Tocantins, Márcio Eduardo de Oliveira Duarte, destacou que “o objetivo da visita foi estreitar a relação institucional, para que sejam oferecidas soluções ao Estado com produtos sistêmicos e integração de dados, que ficam disponíveis 24 horas, sete dias da semana”.
Sobre o Sipam Sar, Márcio Duarte adiantou que, “foi criada dentro do órgão uma coordenação de desenvolvimento sustentável com a meta de elaborar uma metodologia para mapeamento da biomassa, das cadeias produtivas com índice de sustentabilidade a ser divulgado no site do HUB”.
Há dois anos, a Semarh tem Acordo de Cooperação Técnica com o Censipam e agora esta parceria deve ser renovada de forma integrada ao Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma) do Tocantins. O monitoramento da biomassa vai ajudar no cálculo do estoque de carbono do Programa Jurisdicional de REDD+ no Estado.
O diretor de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, considera muito importante a integração de base de dados, para fornecer, aos usuários, maior garantia e precisão.
“Nós trabalhamos com a base de dados de satélite e eles trabalham com uma base Sipam Sar, que atua tanto por satélite como por radar, isso é muito importante para qualquer tipo de monitoramento. Eles têm o Sipam Hidro que é como se fosse o nosso Hidrometeorológico da Sala de Situação. Então, marcamos com eles uma visita técnica de nossa equipe para fazermos um intercâmbio de conhecimento do desenvolvimento dessa ferramenta, que é similar a nossa, para vermos a forma de automação desses dados e vamos tentar integrar a base de radar deles à do nosso estado. Quanto mais integrarmos base de dados, estaremos refinando nossa ferramenta, o radar fica mais baixo que o satélite, abaixo da nuvens, tem uma precisão maior”, avaliou o diretor Aldo Azevedo.
A diretora de Educação Ambiental para Sustentabilidade da Semarh, Erliette Gadotti, acredita que, “essa plataforma tem potencial de nos auxiliar com o monitoramento do fogo, apontando as localidades que mais queimaram em anos anteriores nos municípios, o que vai nos permitir levar essa informação para o gestor; outro ponto importante é o link possível com a Secretaria da Saúde, para mapearmos a quantidade de pessoas que foram impactadas e tiveram problemas respiratórios. Desta maneira, a plataforma tende a agregar dados aos que já dispomos no projeto Foco no Fogo, quando formos ao encontro da população, teremos essas informações para subsidiar as palestras nos municípios, com números específicos daquela região”.
O diretor de Planejamento de Saneamento Ambiental da Semarh, Cláudio Carneiro, perguntou sobre a possibilidade de monitoramento de lixões e do grau de contaminação do solo, provocado pelo descarte inadequado de resíduos sólidos nessas áreas. Na ocasião, o gerente regional da Censipam destacou que pode ser solicitado à equipe, o desenvolvimento de uma metodologia, com a inclusão de filtros, e citou como exemplo, que além desse levantamento, pode ser solicitada a possibilidade de medir a contaminação do solo.
Censipam
Por meio do Censipam, são promovidas ações conjuntas de órgãos governamentais que atuem com políticas socioambientais na Amazônia, como Forças Armadas, instituições civis, como Ibama e Instituto Chico Mendes (ICMBio), secretarias de Meio Ambiente, Polícias Federal, Estaduais, Defesa Civil e demais órgãos desta natureza.
Edição: Thâmara Cruvinel
Revisão Textual: Marynne Juliate
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