O vice-governador Laurez Moreira (PDT), os senadores Eduardo Gomes (PL) e Irajá Abreu (PSD) e o deputado federal Carlos Henrique Gaguim (Republicanos) são os prováveis candidatos ao governo do Estado em 2026 que mais se movimentaram na cena política do Estado neste início de ciclo político, o que justifica sua inclusão na lista de pretensos candidatos. Não quer dizer que serão candidatos, já que vontade apenas não é o suficiente, mas também não pode ser descartados.
Ronaldo Dimas (PL), Paulo Mourão (PT), Dulce Miranda (MDB) e Vicentinho Alves (pP) são nomes inscritos no imaginário do eleitor como candidatos em potencial. Pelo histórico de inserção na política do Estado, são nomes com lugar garantido na chapa majoritária, quando bem quiserem. Dimas, Mourão e Vicentinho já concorreram ao governo e, apesar da votação aquém do esperado, ainda são vistos como nomes que podem surpreender numa nova disputa. A ex-primeira-dama e ex-deputada federal Dulce Miranda é um nome que pode voltar a empolgar o velho MDB, principalmente se em nível nacional a ministra Simone Tebet emplacar para o Palácio do Planalto.
Dentre os pretensos candidatos, Gaguim é mais assumido. Antes mesmo do resultado das eleições de 2022, já anunciava sua intenção de concorrer ao Palácio Araguaia. No terceiro mandato de deputado federal, Gaguim avalia que está na hora de colocar seu nome à disposição do eleitor tocantinense para tentar voltar ao comando do governo. Tem experiência e capital político para entrar na disputa. Começou a carreira como vereador em Palmas e, em menos de duas décadas, alcançou o posto de governador do Estado. É, acima de tudo, um exemplo de persistência. Tem orgulho de dizer que foi o primeiro morador de Palmas e de ter contribuído com a construção da cidade.
Gaguim já esteve no comando do Palácio Araguaia em 2009, quando venceu eleição indireta, realizada pela Assembleia Legislativa, em substituição ao então governador Marcelo Miranda (MDB), que teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder econômico nas eleições. Gaguim em pouco tempo movimentou o Estado e deixou uma boa impressão. Disputou a reeleição com o ex-governador Siqueira Campos (UB) e, dizem, perdeu para ele mesmo. É que Gaguim manteve a liderança nas pesquisas de intenção de voto com uma grande margem de diferença. No final, perdeu a disputa por 7.163 votos, num universo de 942 mil votos disputados. Gaguim é um nome forte da base do governo Wanderlei Barbosa (Republicanos), que tem outros pretensos candidatos.
Ele não está sozinho nessa estratégia de antecipar processos para marcar posição. O senador Irajá Abreu nunca foi tão cuidadoso com as bases como agora. Tem feito tudo para mostrar serviço. Sinal de que se preocupa com o dia de amanhã, no caso 2026, que será decisivo na carreira do jovem senador. Está começando cedo um trabalho que pode significar muito. Em Brasília tem procurado mostrar proximidade do presidente Lula (PT) e dos ministros das áreas que podem canalizar recursos para o Tocantins. No Estado, tem mantido uma agenda de visita aos prefeitos e vereadores com o objetivo de reforçar parceira no sentido de ajudar os municípios na capitação de recursos.
Quarto colocado na eleição de 2022 para o governo do Estado, Irajá tem pela frente um dos maiores desafios da sua carreira. Em 2027, estará sem mandato. Pode escolher entre ser candidato à reeleição ou disputar novamente o governo do Estado. As duas possibilidades são muito difíceis para o filho da senadora Kátia Abreu (pP), que agora não terá mais mandato para ajudar em sua eleição. Irajá, tudo indica, deve pode tentar a reeleição, tendo em vista que são duas cadeiras na disputa. É bom lembrar que Irajá disputou o governo do Estado não para vencer as eleições, mas para não perder a reeleição para o Senado.
Para concorrer ao governo do Estado ou o Senado com chances reais de vitória, terá de trabalhar muito. Para o governo, enfrentará adversários poderosos apoiados pela máquina governamental. Se optar pela reeleição, não será diferente. Terá concorrentes de peso. O governador Wanderlei Barbosa, o ex-governador Mauro Carlesse (Agir), o senador Eduardo Gomes, o ex-senador Ataídes Oliveira e a prefeita de Palmas Cínthia Ribeiro (PSDB), entre muitos outros.
O também senador Eduardo Gomes é um nome ainda bastante respeitado entre os prefeitos. Como líder do governo passado no Senado, tinha facilidade para fazer os recursos oriundos de emendas parlamentes chegar mais rápido aos municípios. Agora, terá que trabalhar muito para não ver as suas bases migrarem para a senadora Professora Dorinha Seabra (UB), que saiu das eleições bastante fortalecida. A baixa votação de seu candidato, Ronaldo Dimas (PL), nas eleições de 2022 e a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criaram dúvidas para o futuro do senador que fez uma carreira meteórica. Surgiu como vereador em Palmas e chegou ao Senado na sombra do ex-governador Siqueira Campos, que no último momento cedeu a vaga de titular na chapa ao Senado e passou a ocupar a primeira suplência. Gomes tanto pode ser candidato à reeleição, como pode tentar disputar o Palácio Araguaia. Em qualquer uma das opções enfrentará uma enorme concorrência.
Indiscutivelmente a base governista lançará uma chapa muito forte, juntando novamente Laurez e Wanderlei Barbosa na chapa majoritária
O ex-senador Vicentinho Alves (pP), que disputou as eleições suplementares para o governo do Estado em 2018 – foi ao segundo turno contra o então governador Mauro Carlesse (Agir) – é um nome ainda a ser considerado. As palavras do deputado federal Vicentinho Júnior (pP) não deixam dúvida. Para o parlamentar, discutir projeto político no Tocantins sem incluir o pP não será um debate que mereça credibilidade. Agora que acaba de assumir o comando do partido no Estado, o ex-senador ganha um apoio importante no contexto de 2026.
O vice-governador Laurez Moreira (PDT) é o pretenso candidato com as melhores possibilidades, principalmente se o governador Wanderlei Barbosa mantiver o ritmo movimentado de seu governo, com realizações e postura proativa, e não apenas reativa, como muitos outros ocupantes do Palácio Araguaia se tornaram. É bom lembrar que Laurez é pretenso postulante desde 2022, quando abriu mão de ser candidato a governador para compor com o governador Wanderlei Barbosa, o que, como se pressupõe, deve ter ocorrido por um acordo que o beneficiará em 2026.
Pelo que se prevê, Laurez deve disputar não a eleição, mas a reeleição, já que durante a eleição estará, ao que tudo indica, na condição de governador. Nessa condição, o candidato governista continua tendo as maiores chances de vencer as eleições. Indiscutivelmente a base governista lançará uma chapa muito forte, juntando novamente Laurez e Wanderlei Barbosa na chapa majoritária.
Essa é talvez a chave do entendimento que fez Laurez abandonar a candidatura ao governo para se contentar em ser vice do candidato que tinha reais condições de vencer. A antecipação da eleição da mesa diretora da Assembleia tem ligação direta com entendimentos que envolvem a sucessão estadual. Isso quer dizer que Laurez e Wanderlei têm acordo para uma longa permanência no poder. Isso, se o eleitor concordar.
O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), ao articular uma mudança profunda na eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa, permitindo a eleição do seu filho, o deputado Leo Barbosa (Republicanos), para presidente da Casa, botou o pé em 2026. Ainda que se possa dizer não há um planejamento tão detalhado, antecipar a eleição da mesa diretora da Assembleia em um cenário que alinha pai e filho em posição de maior relevo na sucessão estadual, não é uma decisão isolada, de caráter interno da Assembleia.
Wanderlei tem tudo para fazer seu sucessor. Realiza uma boa gestão. Tem popularidade e sabe falar a linguagem do povo. Para conquistar uma cadeira do Senado, com a tranquilidade como se espera, terá de trabalhar fortemente. Wanderlei é um político jovem, que chegou ao governo muito cedo e certamente ainda vai disputar o Palácio Araguaia algumas vezes. Por sua trajetória, tem condições de alcançar o desempenho de ex-governadores como Marcelo Miranda ou Siqueira Campos. Basta querer. E ele, pelo que se vê, quer.
Disputa pelo Senado
Em 2026, como em 2022, haverá uma das eleições mais concorridas para o Senado. Serão duas cadeiras em disputa e muitos nomes na corrida. Os senadores Eduardo Gomes (PL) e Irajá Abreu (PSD) são fortes candidatos, em função de estarem no exercício do mandato, mas enfrentarão fortes concorrentes. Além do governador Wanderlei Barbosa, pode se incluir na lista a prefeita de Palmas, Cynthia Ribeiro (PSDB), a ex-senadora Kátia Abreu (pP), o ex-senador Ataídes Oliveira (PTB), o ex-deputado César Hallum (Republicanos), o ex-senador Vicentinho Alves (Pp), o atual secretário de Cultura e Turismo, Helcy Filho, entre outros.
Alguns podem dizer que ainda é cedo para se averiguar as reais possibilidades de disputa para 2026. Na verdade, não é. A corrida já começou e tem muita gente se movimentando no sentido de se viabilizar. A base do governo tem tudo para repetir o bom desempenho de 2022, se não rachar antes, já que cresceu demais e certamente não terá como abrigar todas as pretensões. O racha pode animar a oposição, que tem se mostrado desarticulada e completamente perdida.
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