Na segunda-feira (20) de Carnaval, foliões saem pelas ruas de Dianópolis, sudeste do Tocantins, molhando todo mundo que aparece pela frente. A tradição já dura 27 anos e tem uma história curiosa. O bloco dos Enxutos, considerados um dos mais conhecidos do estado, surgiu a partir de uma brincadeira entre amigos, em fevereiro de 1996.
“Fui na casa de Isnard Pontes com o objetivo de molhá-lo, e lá estavam sua esposa Zilmar e alguns filhos. A animação foi tanta que ele fez o convite para molharmos a sogra dele, Dona Quinô, que era minha madrinha. Juntamos uma turma, entre estes o saudoso Dr Jaime Pontes, e a partir daí iniciou a brincadeira de molhar os amigos”, lembra Ari Lustosa, presidente dos Enxutos.
A molhação foi tão divertida que eles resolveram repetir a brincadeira. Nos anos seguintes, a turma começou a se unir durante o entrudo para jogar água uns nos outros.
A brincadeira só foi ganhar nome oficial em 2000. Na época, a popularidade do bloco só crescia e eles resolveram fazer 80 abadás (camisetas oficiais do bloco). Assim, a festa foi se oficializando.
“Nos anos seguintes o bloco tomou tamanha aceitação, que iniciamos o tradicional café da manhã (com chambari e mocotó), com concentração na casa de Isnard, de onde saímos para o tour pelas ruas da cidade”, conta ele.
Hoje, o bloco conta 400 foliões sem contar com os turistas. Durante a festa, a concentração acontece no bar do Joel, próximo a Capelinha dos Nove.
Por volta das 12h, os foliões, que já começaram a molhar uns aos outros desde cedo, saem pelas ruas da cidade dançando e se divertindo. Com destino ao Bar dos Advogados, o bloco é seguido por caminhões pipas que jogam água nos carnavalescos durante todo o circuito, que dura em média 3h. Durante o percurso, os foliões cantam e dançam. Inclusive, o bloco tem música própria.
Ari Lustosa, que é presidente do bloco desde a fundação, explica o motivo da brincadeira com água. “Ser molhado, de certa forma, é um privilégio. Uma vez que a brincadeira teve início molhando amigos, em tese, você só molha seus amigos, pessoas que você gosta, vice-versa. Ou seja, ser molhado é um gesto de fraternidade”.
Caminhões pipa jogando águas nos foliões durante a festa — Foto: divulgação
A molhação de 2023
Neste ano, para participar da brincadeira, é preciso ter o abadá, que vai custar R$ 100. Segundo a presidência do bloco, o valor será usado para a confecção das camisas, alimentação e bebida consumida no espaço da concentração, além de ajudar no pagamento dos músicos.
Ainda segundo a organização, como o bloco não é comercial serão poucas unidades vendidas e os abadás serão entregues no sábado (18).
Serviço
O quê: Bloco dos Enxutos
Onde: Bar do Joel, em Dianópolis
Quando: segunda-feira (20), a partir das 8h
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