Na sexta-feira, 20, foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos, no Tocantins, em 2023. A ação ocorreu graças à autorização da família de um paciente de 20 anos, que evoluiu para morte encefálica no Hospital Geral de Palmas (HGP). Foram captados rins, fígado, coração e córneas, que poderão beneficiar até cinco pacientes da fila nacional de espera por um transplante. Os órgãos foram para os estados de São Paulo e Distrito Federal e as córneas ficaram no Tocantins.
A responsável pela Central de Transplante do Tocantins (Cetto), Suziane Aguiar Crateús Vilela, relata que “sempre é um momento muito delicado. De um lado, temos uma família que perdeu seu ente querido, mas que, ainda assim, se colocou no lugar do outro e consentiu com a doação. Do outro, temos cerca de cinco pacientes que podem receber esses órgãos e lutam de alguma forma pela vida, e que graças a esse sim da família, poderão recuperar a esperança”.
No Tocantins, a captação de órgãos teve início em 2018, e, até o momento, já foram feitas 37 captações e destas, 14 foram em 2022. Além de órgãos, no Estado também é realizada a captação de tecidos oculares. No Estado é realizado o transplante de córneas; de acordo com dados da Cetto, de 2018 a 2022 foram feitos 196 transplantes e atualmente 72 pessoas aguardam por um procedimento.
Processo de captação
O Tocantins possui uma Central de Transplantes, credenciada pelo Ministério da Saúde (MS), que tem como principal função, a gestão de todos os processos que envolvem doação e transplante no Estado. As equipes de profissionais da Cetto, da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), da Organização de Procura de Órgãos (OPO) e do Banco de Olhos Público do Tocantins (BOTO) trabalham com afinco e contam com apoio de servidores da Secretaria da Segurança Pública (SSP), que atuam no Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) e da Polícia Militar do Tocantins (PM).
“Essa parceria com a Central de Transplantes do Tocantins é muito gratificante porque sabemos que esse órgão que transportamos vai salvar uma vida. É uma situação delicada que requer essa agilidade no transporte e temos o maior prazer em contribuir”, destacou o diretor do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Major Gustavo Bolentini.
Como doar
Para que aconteça a doação, é necessário que a família tenha conhecimento do desejo de ser doador, uma vez que parte dela a autorização para captação dos órgãos. A autorização deve ser concomitante ao quadro de morte encefálica, ou seja, quando ocorre uma perda definitiva das funções do cérebro e, por isso, a recuperação do paciente não é mais possível.
Edição: Alba Cobo