Um gesto de amor e solidariedade condizente com o dia de Natal ocorreu nessa segunda-feira, 25, no Hospital Regional de Araguaína (HRA). Uma família proporcionou a 13ª captação de múltiplos órgãos do Estado do Tocantins, em 2023. Na ocasião, foram captados rins, fígado e córneas que foram encaminhados respectivamente para Porto Alegre, Brasília e Tocantins. A doadora foi uma paciente de 63 anos, que evoluiu para morte encefálica.
A enfermeira da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott/HRA), Luna Baum, ressaltou que o papel da equipe é viabilizar todo o processo e o diagnóstico e, principalmente, acolher os familiares e, com a confirmação da morte encefálica, ofertar aos mesmos a oportunidade de transformar o que seria um ponto final na continuidade da vida, com o aceite da doação de órgão. “A doação de órgãos é um ato de nobreza e amor ao próximo. Após o sim de uma família, toda uma estrutura é mobilizada para atender. Tivemos o apoio de um avião da Força Aérea Brasileira que transportou três profissionais que fizeram o procedimento no centro cirúrgico do HRA. Essa logística é primordial para atender os pacientes da fila nacional”, destacou.
Segundo a diretora-geral do HRA, Cristiane Uchoa, o trabalho da equipe da Cihdott/HRA é essencial. “Eles vêm conduzindo esse papel com muito cuidado e responsabilidade, pois sabemos que o transplante é a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas que aguardam em fila por uma doação de órgãos”.
O psicólogo da Cihdott, Eduardo de Pinho, relatou o sentimento da família em relação à doação. “Apesar do impacto e da tristeza em perder a matriarca da família e dos planos de comemorações de Natal e fim de ano interrompidos, os entes queridos da nossa paciente optaram pela doação de órgãos. No tempo conosco, os familiares relatam o legado altruísta da doadora, os bons momentos vividos como herança e sobre o prazer da convivência. Neste sentido, mesmo com a perda, o Natal será de homenagens e de contemplação das imagens alegres de quem doou a vida até o fim”, pontuou.
A responsável pela Central de Transplante do Tocantins, Suziane Aguiar Crateús Vilela, reforçou que, atualmente, as captações ocorrem em Palmas e Araguaína e o Governo do Tocantins tem trabalhado para iniciar a captação desses órgãos em Gurupi e Augustinópolis. “Com a ampliação da rede de cuidados intensivos nas unidades hospitalares geridas pelo Estado, teremos condições de captar órgãos nessas unidades, o que ampliará o serviço de captação e, consequentemente, a possibilidade de vida para milhares de pacientes que aguardam na fila para um transplante”, finalizou.