Após 40 dias de ação da Polícia Militar do Estado do Tocantins (PMTO), chegou ao fim a Operação Canguçu. Para recepcionar todos os policiais que regressaram aos seus postos de origem, o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, juntamente com o Comando da Policia Militar, realizou nessa quinta-feira, 18, uma cerimônia em homenagem à atuação dos policiais na operação, no Quartel do Comando Geral da PMTO, em Palmas. Também estiveram presentes na solenidade o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Tadeu de Alencar, o comandante-geral da PMTO, coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, e demais autoridades municipais, regionais, estaduais e federais.
O governador Wanderlei Barbosa agradeceu a todas as autoridades, policiais e pessoas envolvidas na operação e destacou que o Governo do Tocantins não medirá esforços em defesa da segurança do povo tocantinense. “Nosso comando agiu de forma rápida e realizou com maestria o que seria necessário para defender a população. Com o auxílio de forças de outros estados, montamos uma equipe de policiais qualificados que defenderam a ordem e a lei no nosso Estado. Quero afirmar aos demais estados que podem contar com as forças do Tocantins e, assim, vamos inaugurar um novo tipo de trabalho na segurança pública, um modelo integrado para combater a criminalidade do nosso País. Quero falar a cada homem, a cada mulher que estiveram nessa operação, que é muito gratificante receber todos em paz e voltando para suas famílias”, declarou.
Cerca de 350 policiais militares dos estados do Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Pará e Minas Gerais, juntamente com a Polícia Civil do Tocantins, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, empreenderam esforços para capturar os suspeitos da tentativa de assalto a uma empresa de transporte de valores na cidade de Confresa- MT. Os militares combateram 32 situações ilícitas durante bloqueios policiais no perímetro da operação e neutralizaram a ação de 18 indivíduos integrantes da quadrilha.
No desfecho da operação foram apreendidas 24 armas de fogo, dentre elas, dois fuzis 50 e 11 AKs 47. Foram apreendidos carregadores de diversas armas de fogo, mais de 2 mil munições, coletes balísticos, capacetes balísticos, materiais explosivos, detonadores, coturnos, luvas, joelheiras, cotoveleiras, balaclavas e mochilas.
O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu de Alencar, ressaltou a rapidez e a liderança do Governo do Tocantins ao realizar a ação de combate aos criminosos. “Quero parabenizar a decisão do Governo que enfrentou esse ataque a autoridade do estado brasileiro com galhardia e pelo Governador não ter poupado esforços, assim como o coronel Márcio Antônio Barbosa, que realizou uma liderança peculiar concluindo a operação com êxito. Afirmo aqui meu compromisso que iremos apoiar sempre todos os estados brasileiros em ações necessárias, assim como o Tocantins, pois é nosso dever fazê-lo. Não é uma liberalidade, nós precisamos de alinhamento político para ajudar os estados quando eles precisam. Em matéria de segurança pública não podemos nos dividir. O nosso dever é estar presente e apoiar todos os estados”, afirmou.
O comandante-geral da PMTO, coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, salientou o suporte prestado pelo Governo do Tocantins aos militares tocantinenses e de outras unidades federativas para auxiliar na operação. “Sem dúvidas, um dos grandes motivos de conseguirmos finalizar essa operação com êxito foi ter o apoio do Governo do Tocantins em todo o momento, assim como a junção de forças dos demais estados, formando uma equipe de profissionais qualificados, habilitados para defender a nossa população dos criminosos que invadiram o nosso Estado. Nossos homens enfrentaram um bando extremamente perigoso, que estava muito bem armado com fuzil, granadas e outros utensílios. A minha maior alegria é concretizar essa operação trazendo de volta para casa e devolvendo a suas famílias e amigos todos os homens com vida que saíram daqui para cumprir com o seu dever e proteger a ordem do nosso Estado”, expressou.
O Comando da PMTO destacou que será mantida a 2ª fase da operação com barreiras e bloqueios, enquanto o serviço de inteligência atuará para identificar possíveis criminosos que deram apoio ao restante da quadrilha.
Solenidade
Durante a solenidade de recepção e homenagem, foi realizada a entrega de medalhas de Mérito Policial Militar a todos policiais que, no desempenho de suas funções, prestaram reconhecidamente relevantes serviços à corporação policial militar tocantinense, ou praticaram atos de bravura, visando à preservação da ordem pública, à defesa das instituições ou o salvamento de vidas humanas.
A esposa do soldado PM Garcia, Nicole Tavares, relatou a felicidade que aquele momento significava para quem estava aguardando um ente querido regressar a casa. “Foram dias de muita angústia, mas a nossa esperança é que sempre termine bem e que a missão seja cumprida da melhor forma. Eu só tenho gratidão por ter dado tudo certo e todos terem regressado à casa bem, concluindo a missão com êxito”, declarou.
O soldado PM Garcia expressou o orgulho de todos os envolvidos em honrar o nome da PMTO. “Todos os militares estiveram empenhados em dar o seu melhor. Durante esses 40 dias, o diferencial para gente foi o apoio da população assim como dos órgãos públicos locais que nos auxiliaram de diversas formas. Nossa missão é defender e trazer a paz para aquela região”.
O governador Wanderlei Barbosa e o comandante-geral da PMTO, coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, também homenagearam o sócio-proprietário da fazenda Jan, Joni Sérgio; o prefeito nmunicipal de Marianópolis, Isaías Piagem, e o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, com a entrega da Medalha Tiradentes. A honraria é concedida a todas as autoridades civis, militares e eclesiásticas que tenham prestado relevantes serviços ao Estado ou, em especial, à corporação ou no interesse desta.
O proprietário rural Joni Sérgio, que teve inicialmente sua fazenda invadida pelos criminosos e posteriormente abrigou todos os policiais envolvidos na operação, contou um pouco da sua vivência. “A gente jamais iria imaginar que o pessoal que assaltou Confresa, no Mato Grosso, iria chegar ao Tocantins, e que a rota de fuga seria a nossa fazenda. Mas assim que a gente conseguiu se livrar deles, cabia a nós, como cidadãos, dar todo apoio à polícia. Movimentamos os funcionários da fazenda para dar todo suporte necessário para os policiais, dormida e alimentação para todos. Fico muito feliz por ter contribuído de alguma forma no trabalho da PM para conclusão da caçada aos criminosos”, relatou.
Operação Canguçu
No dia 9 de abril, cerca de 20 homens fortemente armados atacaram o Quartel da Polícia Militar, em Confresa, deixando a população aterrorizada. O bando foi até a empresa de transporte de valores Brinks e explodiu o muro do local para roubar o dinheiro do cofre, mas não obteve sucesso. Em seguida, o grupo fugiu em direção ao Tocantins e entrou no Estado pelos rios Javáe e Araguaia. O bando estava dividido em seis carros, o que deu início a maior operação policial integrada realizada no Norte do País, a Operação Canguçu.