A crença do secretário no controle da violência está no combate sistemático à criminalidade, com trabalho de integração entre todos os órgãos de segurança, que, segundo ele, têm demonstrado bons resultados, como se verificou durante o carnaval com a operação Folião Seguro. Wlademir, desde que assumiu o cargo, em outubro de 2021, tem trabalhado para promover essa integração que agora se consolida com o lançamento da Operação Tolerância Zero em caráter definitivo, com previsão de ações policiais em todos os 139 municípios.
O secretário explica que o governo do Tocantins buscou apoio de diversas forças de segurança para a Operação Tolerância Zero, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e os órgãos municipais de segurança e de trânsito. “Vamos trabalhar com todas as forças de forma integrada para prover essa segurança, de modo que todos os delitos possam ser analisados, investigados e levados à justiça. Pedimos a colaboração de todo e qualquer cidadão, que porventura saiba de algum delito, que passe as informações para os órgãos de segurança, para nos ajudar a ter um Tocantins cada vez mais seguro”, recomenda.
Wlademir explica que a Operação Tolerância Zero conta com a participação da Polícia Civil (PC), da Polícia Militar (PM), Corpo de Bombeiros Militar (CBM), Polícia Penal (PN), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e instituições de segurança, trânsito e transporte municipais.
Nesta entrevista exclusiva ao Jornal Opção, o secretário falou ainda sobre a força-tarefa nas esferas da Polícia Civil para esclarecer casos de polícia ainda sem solução. Sobre o assassinato do prefeito de Miracema do Tocantins, Moisés da Sercom, ocorrido em 2018 e que até agora não foi esclarecido, Wlademir Costa explica que o caso é complexo. “É um caso emblemático. Precisa de elementos mais robustos, mas conscientes, um trabalho mais técnico para dar essa resposta”, ressalta o secretário, informando que já trocou as chefias das delegacias especializadas para dar mais agilidade aos casos não esclarecidos.
A Tolerância Zero agora é para todos os órgãos integrados, visando combater todo tido de delito
Como vai funcionar a Operação Tolerância Zero de combate à criminalidade no Tocantins?
A Tolerância Zero agora é para todos os órgãos integrados, visando combater todo tido de delito. Do pequeno ao mais grave, de forma mais dura, mais ríspida para que a sociedade se sinta mais tranquila. Vamos trabalhar com todas as forças de forma integrada para prover essa segurança, de modo que todos os delitos possam ser analisados, investigados e levados à justiça. Pedimos a colaboração de todo e qualquer cidadão que porventura saiba de algum delito, para que passe as informações aos órgãos de segurança, para nos ajudar a ter um Tocantins cada vez mais seguro.
A integração parece uma experiência bem-sucedida no contexto de mobilização de todas as forças, mas como será feita no dia a dia?
Já está havendo a integração. Então, a gente precisa dar continuidade a esse projeto, agora cada vez mais com as forças unidas.
Já há um planejamento desse trabalho? Na prática como vai funcionar, já que a operação une forças das várias esferas de gestão – federal, estadual e municipal?
Começamos agora a avaliação da Operação Carnaval Mais Seguro, que garantiu segurança às pessoas que vieram curtir sua folia e aos tocantinenses que foram pular o carnaval, fazendo da festa sua alegria. Diante desse contexto, nós vamos dar continuidade ao que já vem sendo feito, para poder garantir a todo cidadão maior tranquilidade. Estamos reforçando todos os eixos, cada instituição em sua atribuição, e de forma integrada. Uma falando com a outra, uma integrada à outra, para prover segurança pública de qualidade para todos tocantinenses.
Cada instituição dentro da sua atribuição pode colaborar de forma integrada
Segurança pública é responsabilidade do Estado. Como tem funcionado essa integração envolvendo órgãos do governo federal, do governo do Estado e dos municípios?
Por meio do diálogo de todos aqueles que estão no campo estratégico, mostrando que cada instituição, dentro da sua atribuição, pode colaborar de forma integrada, quer seja com pessoal, com material ou com trocas de informações para que a gente possa prover essa segurança. Então vamos ver aí, mais à frente, algumas equipes em conjunto. Se precisar de reforço da Polícia Civil para a Polícia Militar ou vice-versa, nós vamos fazer, inclusive também com a PRF [Polícia Rodoviária Federal]. Foi conversado com todos os que autuam no nível estratégico para prover essa segurança.
Pelo balanço da PM, a atuação ostensiva da polícia contribui para a redução da criminalidade. Para um combate efetivo, é preciso contar com mais contingente de pessoal?
Isso mostra o investimento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) na área de segurança pública, com a nomeação de mais 900 policiais, que foram colocados nas ruas. Também já está em andamento o concurso da Polícia Civil, brevemente o governador vai lançar esse certame. São os investimentos feitos pelo governo do Estado na área de segurança pública, uma mostra do que a gente pode fazer. E podemos fazer muito mais ainda.
Se você reparar, cessou essa onda de violência que as pessoas vinham comentando
Qual balanço o sr. faz da força-tarefa de combate à criminalidade em Palmas, cujos índices tem chamado atenção?
Nós tivemos agora, durante o Carnaval, um reforço na segurança pública. Se você reparar cessou essa onda de violência que as pessoas vinham comentando. Isso mostra que a gente já tem um diagnóstico do que vinha acontecendo. Nós estamos atacando os pontos cruciais que afetam a segurança pública e vamos agora intensificar com a Operação Tolerância Zero, de modo que dos pequenos crimes aos mais complexos todos possam ser investigados, possa ser buscada a prevenção por meio de patrulhamento ordinário e cada vez mais com maior fiscalização, para que a segurança pública possa ser feita com o máximo de qualidade.
A polícia conseguiu desvendar alguns casos que estavam sendo investigados há algum tempo, como a execução de um empresário do comércio de combustíveis, tendo capturado os assassinos. Mas tem um caso que incomoda muito a opinião pública: o assassinato do ex-prefeito de Miracema do Tocantins Moisés da Sercom. Por que a investigação desse caso não tem conseguido avançar?
Esse é um caso emblemático. Já determinei uma força-tarefa logo que iniciei no governo com a determinação do nosso governador [Wanderlei Barbosa] que desse atenção a todos os casos, porém sabemos da complexidade. Precisa de elementos mais robustos, mais conscientes, um trabalho mais técnico para dar essa resposta. Eu já determinei que a gente tem de apresentar essa resposta, positiva ou negativamente, para encerrar o inquérito policial. Revisamos ainda os integrantes da DEHPP [Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa], foi mudada a chefia das DEHPPs para dar mais celeridade a essas investigações e, como vocês viram agora, um caso recente e também emblemático de homicídio [Nilton Alcântara Neves] foi solucionado. Então, a delegacia voltou a funcionar em sua plenitude. Esperamos dar essa resposta à sociedade.
Quais ações preventivas podem ser realizadas no âmbito da Operação Tolerância Zero, já que o balanço da operação Folião Seguro aponta que o trabalho preventivo contribui muito para reduzir os índices de violência?
A gente sabe que segurança púbica é um dever, mas também direito e obrigação de todos. Quando o Estado faz sua parte, a tendência é que se garanta o mínimo de segurança pública. No entanto, precisamos avançar em campanhas educativas, cada vez mais, para prevenção às drogas, prevenção de crimes contra a mulher, outros delitos que a gente sabe que às vezes acontecem no quadrado do lar. Então, precisamos atingir toda a população, conscientizar quanto a esse problema da violência que assola não só o Estado do Tocantins, mas todo o Brasil – no caso, a violência doméstica. Somente com educação e com as campanhas de prevenção, podemos chegar lá e saber que a população pode contar com as forças de segurança. A força de segurança é o braço que está ali, toda hora, pronto para ser estendido a quem precisar dele.