Em coma e com vários hematomas pelo corpo, um menino de 4 anos está internado há quatro dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste, em Manaus. A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) abriu um inquérito e analisa configurar o caso como crime de tortura.
Conforme a PC-AM, a criança deu entrada na unidade de saúde no o dia 10 de junho. Técnicos do hospital informaram às autoridades que o menino tinha marcas de agressões, principalmente no rosto e região genital. Além de apresentar quadro de parada cardíaca e respiratória.
De acordo com a delegada titular da Delegacia Especializada em Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA), o menino morava com o irmão de 7 anos, o pai e a madrasta.
No dia 31 de maio, a mãe da vítima, que pegava o filho aos finais de semana, levou o menino à DEPCA para denunciar os maus-tratos que ele estaria sofrendo, supostamente, pelo pai e madrasta, pontuou Joyce Coelho.
“No depoimento da mãe, ela diz que esse menino já tinha contado que a madrasta o pisava e jogava no chão, e ainda assim ele retornava para essa casa”, explicou a delegada, que instaurou procedimento investigativo para apurar o caso.
No dia 4 de junho, a vítima deu entrada no Hospital e Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste apresentando vômitos por ter engolido uma moeda de R$ 1. A criança expeliu o item e retornou para a casa do pai.
Seis dias depois, no dia 10 de junho, a criança deu entrada novamente na unidade, desta vez, com parada cardiorrespiratória, precisando ser reanimado pela equipe de saúde.
Ao fazerem exames, os médicos que atenderam a ocorrência perceberam que nas vias respiratórias da criança havia uma tampa de pasta de dente.
Durante os exames, ainda foi constatado que a criança estava com diversas lesões próximo ao seu órgão genital, além de machucados no rosto.
“Além disso, havia algumas lesões semelhantes a cortes, mordidas, próximas a área do pênis da criança, um hematoma roxo no rosto. Tudo isso está bem explicado no laudo do corpo de delito”, contou Joyce Coelho durante entrevista ao JAM 1.
O caso está sendo investigado, inicialmente, como maus-tratos pela DEPCA, mas no decorrer das investigações pode ser reconfigurado como crime de tortura, pontuou a delegada.
“Não é um simples crime de maus-tratos, possivelmente, nós vamos editar isso a um crime de tortura, estamos apenas tentando entender toda essa dinâmica para que a gente possa conduzir de melhor forma essa investigação”, finalizou Joyce Coelho.
Fonte: G1 – O portal de notícias da Globo