A rede social Instagram está a testar novas formas de verificar a idade dos seus utilizadores, incluindo uma ferramenta de inteligência artificial de identificação facial, para verificar se as pessoas têm 18 anos ou mais. As ferramentas ainda não vão ser disponibilizadas para tentar manter as crianças fora da plataforma da Meta. A utilização de inteligência artificial de identificação facial, especialmente em adolescentes, fez soar alguns alarmes, face à história conturbada da Meta, quando se trata de proteger a privacidade dos utilizadores.
A Meta enfatizou que a tecnologia usada para verificar a idade das pessoas não pode reconhecer a sua identidade – apenas a idade. Assim que a verificação estiver concluída, a Meta, em parceria com a ‘startup’ Yoti, vai excluir a gravação de vídeo da face.
A proprietária do Facebook e do Instagram disse que a partir de hoje, se alguém tentar editar a sua data de nascimento na plataforma de publicação de vídeos e fotografias de menores ou maiores de 18 anos, será necessário verificar a sua idade usando um desses métodos.
A Meta continua a enfrentar questões sobre os efeitos negativos dos seus produtos, especialmente o Instagram, em alguns adolescentes.
Tecnicamente, as crianças precisam de ter pelo menos 13 anos para aderir ao Instagram, semelhante a outras redes sociais. Mas algumas contornam esse problema mentindo sobre a sua idade ou fazendo com que um dos pais o faça.
Para usar a opção de digitalização de rosto, o utilizador tem de enviar uma ‘selfie’ em vídeo, que é remetido para a Yoti, uma ‘startup’ sediada em Londres que usa as características faciais das pessoas para estimar a sua idade.
A Yoti é uma das várias empresas biométricas que estão a capitalizar um esforço do Reino Unido e na Europa por uma tecnologia de verificação de idade mais forte para impedir que as crianças acedam a pornografia, aplicações de namoro e outros conteúdos destinados a adultos.
Embora o Instagram cumpra provavelmente a sua promessa de excluir as imagens faciais de um candidato e não tente usá-lo para reconhecer rostos individuais, a normalização do escaneamento da face apresenta outras preocupações sociais”, alertou o professor da Escola de Direito da Universidade de Essex (Reino Unido) Daragh Murray.
A Meta havia anunciado em 2021 que estava a encerrar o sistema de reconhecimento facial do Facebook e a excluir as impressões faciais de mais de mil milhões de pessoas após anos de escrutínio de tribunais e reguladores.
Fonte: SIC Notícias