A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (22/6) a “Operação Bullion”, dando início à etapa ostensiva de investigação criminal que tem por objetivo esclarecer a existência e a atuação de organização criminosa dedicada à extração, comercialização e exportação ilegais de ouro extraído de reservas indígenas e unidades de conservação federal, bem como à lavagem do dinheiro, bens e ativos de origem ilícita.
O Inquérito Policial a que se refere a “Operação Bullion” é um desdobramento da Operação Kukuanaland, deflagrada em fevereiro deste ano.
Nesta etapa, 17 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Vara Única Justiça Federal – Subseção Judiciária de Gurupi/TO, são cumpridos por equipes policiais federais em Goiânia/GO, São Paulo/SP e em cinco municípios do Pará.
Na ação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis- IBAMA realizou fiscalização ambiental de forma coordenada com o trabalho de investigação criminal da PF.
Durante o Inquérito Policial, a Polícia Federal identificou a possível existência de grupo criminoso, cujo modo de agir passa pelas seguintes atividades ilegais: extração do minério de áreas proibidas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e subsequentes transporte, comercialização e exportação do ouro ilegal.
A PF investiga a hipótese de que o ouro extraído ilegalmente de reservas indígenas e unidades de conservação federal vinha sendo “esquentado”, mediante documentos ideologicamente falsos, nos quais o grupo declarava origem diversa da real, como se o metal tivesse sido extraído de área autorizada.
O ouro extraído ilegalmente no Pará, em grandes garimpos do grupo criminoso na divisa com à Terra Indígena Kayapó, em Bannach/PA, vinha sendo exportado para empresas dos EUA, Emirados Árabes e Itália.
A partir das medidas judiciais executadas na data de hoje, a PF pretende identificar os principais colaboradores e integrantes da organização criminosa, recuperar ativos financeiros para a União e estancar atuação do grupo.
Entre os principais suspeitos e indiciados, a PF identificou garimpeiros ilegais, compradores de ouro, “laranjas”, e indivíduos que assumiram empresas do grupo criminoso ou receberam recursos milionários, além de outros que de alguma forma participaram de crimes no interesse do grupo.
Os indiciados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes contra a ordem econômica – usurpação; pesquisa/lavra/extração de recursos minerais sem autorização/permissão/concessão ou licença; lavagem de bens, dinheiro e ativos; falsidade ideológica e pertencimento a organização criminosa, cujas penas somadas, podem chegar a vinte e nove anos de reclusão.