Irajá já estampou as manchetes do noticiário por acusação de estupro e recentemente por pressionar uma ex-namorada para realizar um aborto.
O senador e candidato ao governo do Estado, Irajá é o mais rejeitado nas pesquisas eleitorais, um dos motivos pode ser a sua relação e forma de tratar as mulheres, em especial as com quem se relaciona.
Irajá já estampou as manchetes do noticiário por acusação de estupro e recentemente por pressionar uma ex-namorada para realizar um aborto.
Acusação de estupro
Era uma segunda-feira, 23 de novembro de 2020, Quando uma modelo de 22 anos acusou o senador Irajá Abreu (PSD-TO), filho da também senadora Kátia Abreu (PP-TO), de estupro. O boletim de ocorrência foi registrado no 14º Distrito Policial de Pinheiros, em São Paulo.
A modelo, relatou à polícia que conheceu Irajá durante um almoço com um grupo de amigas, no domingo anterior, no Jockey Club. Ela diz que o acompanhou à casa noturna Café de La Musique com mais um amigo dele, foi dopada, perdeu a consciência e acordou em um flat, no Itaim Bibi, já sendo abusada por ele.
No documento consta que a vítima acordou com o investigado em cima ela, a penetrando sem preservativo, e dizendo frases como: “agora, você é minha” e “estou apaixonado”. A modelo alegou que não resistiu ao abuso por medo de Irajá bater nela, mas afirmou pedia insistentemente para ir ao banheiro e tomar água, o que ele não deixava. Quando ela conseguiu ir ao banheiro, após dizer que estava passando mal, se trancou e começou a pedir socorro.
Um amigo da jovem informou que recebeu mensagem dela na madrugada informando onde estava. Depois de encontrar os dois em um quarto, os funcionários do hotel foram à delegacia para depor como testemunhas. Porém, quando a polícia chegou até o hotel não encontrou o senador.
No entanto, no dia 20 de Junho de 2022, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou hoje o arquivamento de um inquérito em que a Polícia Civil investigava se o senador Irajá Silvestre Filho (PSD-TO) havia praticado estupro contra uma modelo, em novembro de 2020. Na decisão, a juíza Tania da Silva Amorim Fiuza acolheu manifestação do Ministério Público, em que a promotora Eliana Vendramini Carneiro afirmou que nenhum elemento do processo apontou à prática de crime por parte do congressista.
Pressionou jovem a realizar um aborto clandestino
A influenciadora digital Maria Eduarda Fermino, 27 anos, revelou recentemente ao Estadão uma série de conversas suas com o senador Irajá Abreu (PSD).
Em entrevista ao colunista Fausto Macedo, a modelo afirmou que engravidou do político após ter tido um breve caso com ele, entre agosto e novembro de 2020, em meio ao período de campanha das eleições municipais.
Contudo, segundo a jovem, Irajá ficou inconformado com a gravidez e chegou a organizar um esquema para que ela pudesse interromper a gestação — algo recusado por ela desde o primeiro momento. “Eu estava com 15 semanas, ia morrer”, justificou.
Maria Eduarda conta que descobriu a gravidez em dezembro, um mês depois de terminar seu relacionamento com o senador. Ela, inclusive, chegou a ser nomeada para o cargo de assessora no gabinete de Irajá, em Brasília.
“Isso na verdade era para se aproximar de mim. Eu nunca cheguei a trabalhar realmente. Disso daí ficou inevitável, as mensagens, a insistência, e eu acabei me envolvendo com ele”, afirmou a jovem, que diz ter sido exonerada do cargo após a recusa em interromper sua gravidez.
“Eu acho até que o que ele fez comigo foi uma forma de pressão, de exonerar, não ter ajudado… pensando: ‘Ah, quem sabe assim ela desiste’. Acho que ele não contava que eu ia ter uma família que ia me apoiar”, afirma a influenciadora. Ela garante que foi orientada pelo senador a manter o assunto em total sigilo, evitando até mesmo ultrassonagrafias, e que por isso passou as primeiras semanas de sua gestação completamente isolada.
“Eu estava tão mal que eu não fazia nada além de chorar. Eu chorava dia e noite. Eu acordava para chorar e chorava para dormir. Não gosto nem de lembrar, porque foi muito difícil. Eu não comia, eu não dormia, eu não fazia nada além de chorar”, relembrou ela, que foi diagnosticada com anemia por conta da falta de cuidados adequados no pré-natal.
De acordo com Maria Eduarda, Irajá Abreu teve a ajuda de um amigo para organizar o procedimento de aborto em uma clínica de São Paulo. Ela afirma ter sido pressionada pelo senador desde a primeira conversa dos dois sobre o assunto, sob a alegação de que um filho poderia prejudicar a sua vida. Ela não nega que chegou a cogitar o aborto, mas que mudou de opinião após fazer sua primeira ultrassonografia e ouvir os batimentos cardíacos do filho, aliado ao medo de se submeter a um procedimento cirúrgico clandestino.
“Teve outra coisa que eu achei que foi muito sinal também: um amigo me mandou uma mensagem falando que uma amiga dele tinha acabado de falecer em uma clínica de aborto. Aí eu printei e mandei para ele. Eu fiquei super assustada. E ele falou que esse tipo de acidente podia acontecer até com procedimento estético e falou que era quando era feito de maneira irresponsável. Ele sempre tentava minimizar o assunto”, lamenta a modelo.
Maria Eduarda prossegue o seu relato, afirmando que a sua última conversa com Irajá Abreu foi para comunicar a decisão de não interromper sua gravidez. Ela diz que o político insistiu mesmo diante do martelo batido, chegando a comprar uma passagem aérea para que ela se deslocasse para a capital paulista para o procedimento. “Ele falou que tinha gasto R$ 25 mil em consulta e exame. E ele fazia questão de ficar falando esse valor toda hora: ‘Eu gastei R$ 25 mil, agora você tem que vir’. Eu chorava no telefone. Queria por tudo que eu fosse e falei que não ia ter como. Aí ele começou a ser grosso. Falou que não era palhaço”.
Foi a última conversa do ex-casal. Após esse episódio, o contato de ambos passou a ser intermediado por advogados, já que Maria Eduarda entrou com uma ação de alimentos gravídicos exigindo que as despesas do período gestacional fossem divididas. Irajá só foi conhecer o filho em 16 de agosto, mais de 20 dias depois do nascimento do bebê. Eles se encontraram para a realização de um teste de DNA, cujo resultado positivo foi confirmado no início da semana.
“Nem olhou para o meu filho, nem teve a curiosidade de saber como era. Eu choro tanto lembrando de tudo isso, porque eu fico imaginando se eu tivesse ido, eu não ia ter meu filho agora. Hoje eu olho para o meu filho e eu passaria por tudo de novo para ter ele comigo. Só que não é fácil, não é fácil passar por tudo isso sozinha, eu não desejo para ninguém passar o que eu passei”, concluiu a influenciadora.
De acordo com a atual legislação brasileira, o aborto é permitido apenas em casos excepcionais, como em episódios que envolvam violência sexual, e apenas até a vigésima semana de gestação.